Exterior em alta
De acordo com o levantamento, 49,1% pretendem continuar viajando para o exterior, mas admitem que terão de reduzir as viagens ou optar por destinos mais baratos. Outros 25,8% afirmaram que o aumento do dólar, apesar de elevar os custos, não vai interferir em seus planos de viagens internacionais. Com isso, praticamente 75% dos entrevistados pretendem continuar viajando para fora do País.
Ainda de acordo com o levantamento, quase 12% dos participantes pretende dar preferência a viagens nacionais e 4,2% afirmaram que a alta do dólar não afetará suas férias, pois já pretendia viajar pelo Brasil. Por fim, 4,77% disseram que deixarão de viajar neste ano por conta da escalada da moeda americana.
Viagens nacionais caras
O Melhores Destinos também perguntou aos leitores o que os faria viajar mais pelo Brasil. Para a esmagadora maioria – 75,24% – o empecilho está nos altos preços de passagens, hospedagem, alimentação e passeios. Pelas respostas, a relação custo-benefício das viagens nacionais é muito ruim, mesmo que se pague mais em outros países devido ao câmbio desfavorável.
Na segunda posição aparecem praticamente empatados outros fatores, como a falta de segurança nos destinos (22,93%), melhor acolhida aos turistas – menos enganação e exploração (21,45%), melhores estradas, aeroportos e opções de voos (20,68%) e melhor estrutura turística nos destinos
(19,92%). Vale destacar que cada leitor podia escolher até três motivos entre a lista apresentada na pesquisa.
Para 13,12% uma subida ainda maior do dólar e do euro seria suficiente para que optasse pelo Brasil como destino de viagem e apenas 6,59% dos mais de 17 mil participantes disseram que já dão preferência a viagens nacionais. Por fim, 1,73% afirmou que não viajaria pelo nosso país de maneira nenhuma.
Considerações
O fator custo/benefício continua a ser o determinante para os leitores do Melhores Destinos na hora de definir suas viagens. Mesmo pagando mais barato, a sensação de ser explorado em destinos nacionais, onde se cobra muito por itens triviais como uma garrafa de água ou um lanche, tira a vontade de viajar por mais destinos brasileiros. Isso sem falar em quartos de hotéis, passeios e restaurantes nas áreas turísticas.
Pagar R$ 5 em uma garra de água por conta de um câmbio desfavorável é visto como uma circunstância de viagem, ao passo que o mesmo preço em nosso país é encarado como exploração ao turista, que ainda é visto por muitos brasileiros como alguém de quem se pode cobrar muito mais ao invés de alguém que merece ser bem tratado para que volte outras vezes e traga mais pessoas.
Se o Brasil não investir em capacitação e começar a levar a sério o turismo não conseguirá aumentar os números de viajantes entre os próprios brasileiros e muito menos dos estrangeiros, que ainda enfrentam problemas como dificuldades de comunicação e a nossa imagem de país violento. É uma pena para um país que tem tanto a oferecer ao turista!
Por fim, há a ainda a questão da oferta e da demanda a ser considerada: com mais pessoas “obrigadas” a viajar pelo Brasil pelos custos proibitivos das viagens internacionais, a procura pelos principais destinos tende fazer com que os preços subam também no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário